sábado, 29 de janeiro de 2011

SPFW 2011

Maior e mais importante semana de moda do Brasil, com 30 mil empresas reunidas e faturamento de 50 bilhões de reais, a São Paulo Fashion Week completa 15 anos e hoje tem como missão apenas divulgar o trabalho dos criadores, mas organizar a produção de moda no Brasil, internacionalizar os desfiles e fomentar novos negócios. Acompanhe aqui os principais desfiles da coleção Inverno 2011.











referências ao trabalho de Helmut Lang, o inverno da Tufi Duek volta ao tema, mas com uma pegada mais atual. É na fonte do novo minimalismo que a coleção bebe. E o brinde é acertado. Da inspiração na arquitetura e no design escandinavos saem formas arredondadas e tecidos com volume e texturizados, que aparecem em lindos cocktail dresses perfeitos para mulheres que não aguentam mais os tomara-que-caias com a saia levemente godê, uniforme de festa das últimas estações. Apesar da aparência limpa, todas as peças são trabalhadas: os vestidos, que às vezes parecem conjuntos de saias + tops, ganham estrutura arquitetônica orgânica, mix de tecidos e acabamento atual – as costas de alguns aparecem mais largas, lembrando um avental -; as saias de couro godês têm volume estratégico, mas nem assim ficam pesadas, já as longas de crepe ganham fendas laterais ultrareveladoras que sobem até perto do quadril; paetês trabalhados de maneira inusitada aparecem em outros modelos, dando a impressão de se tratar de uma peça de veludo ou com uma leve cobertura de pele; recortes afiados e geométricos adicionam uma sensualidade quase masculina a alguns tops, que chegam a lembrar alguns propostos pela Céline no verão 2011 (marca que tem à frente do estilo Phoebe Philo, nome maior do neo minimalismo), assim como as formas de alfaiataria (principalmente o colete) que aparecem em alguns vestidos. A cartela de cores é toda neutra: brancos, crus, off-whites e pretos dominam o inverno chic e desejável da marca. Assista aqui ao desfile de Tufi Duek.





GALHOS DE CIPÓ
Há tempos que a gente não via um desfile conceitual de verdade, com peças que não serão vendidas de jeito nenhum e só servem como artefato para explicar o sentido da coleção na passarela. Já neste primeiro dia de SPFW, o designer Samuel Cirnansck circulou entre seus tradicionais longos de festa, um ready-to-wear muito claro com trench-coats e cintos marcando bem a cintura até chegar no que o Moda considera o ápice do desfile, com um acessório deveras inesperado: cipó de vime.
Os galhos surgiam da forma mais inadvertida: às vezes em bolsas, chapéus  e saias e, outras, em corpetes e vestidos inteiros. As modelos enfrentavam alguma dificuldade para se movimentar e algumas optaram por desfilar com os braços na cintura – talvez para não se enroscarem nos cipós. Cirnansck quis fazer uma alusão às mulheres urbanas que enfrentam a floresta, e usou o cipó como representação da mata nos looks.
As passarelas vermelhas pareciam queimar em brasas enquanto a música alta e marcante transformava a atmosfera da sala 3 da Bienal em um local levemente aterrorizante. Couro e látex também fizeram sua parte para enrijecer o dresscode, inspirado em obras do pintor Mark Ryden e, principalmente, do escultor Patrick Doughherty.

   

SPFW 2011

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